Uma ponte que começou a ser construída em 2009, em Medeiros Neto, no extremo sul baiano, já custou R$ 2,3 milhões e ainda não foi concluída. Cerca de oito anos após o início da construção do equipamento, a obra está totalmente parada.
A ponte tem 60 metros de extensão já construídos, mas sem utilidade até agora. A ponte serviria para desviar o fluxo de caminhões pesados do centro da cidade para as rodovias estaduais.
A obra orçada em R$ 2,6 é um convênio do governo do estado com o Ministério da Integração e está parada há cerca de cinco anos. Motivo de muita indignação para os moradores da cidade. “Está aí parada [a obra] tomando chuva, sol e até hoje nunca passou um carro uma moto”, disse o motorista Pedro Cândido.
Outro motorista da região, Gabriel Costa , também falou sobre o caso. “Esse dinheiro que poderia ser usado em outro lugar não pode porque já foi jogado fora”, opinou.
Em 2015, ano em que as obras já estavam paradas, a Seinfra informou que o projeto estava passando por uma readequação e que a obra só poderia ser concluída após esse processo. O prazo estabelecido para assinatura dessa readequação do projeto foi de 60 dias. Um ano e três meses se passaram e a obra continua parada.
A Seinfra disse ainda que aguarda a aprovação desta readequação. Por meio de nota, o Ministério da Integração Nacional disse que a readequação está em análise técnica e que será concluída o mais breve possível, mas não indicou uma data.
(Foto: Imagem/TV Santa Cruz)
Investimento
O valor que já foi empregado na construção da ponte, de R$ 2,3 milhões, corresponde a 80% do orçamento total da construção, mas ainda faltam o aterro e construção das cabeceiras.
O município seria responsável pela desapropriação de casas e terras para construção da estrada que daria acesso à ponte. A atual prefeita de Medeiros Neto, Jádina Paiva, disse que não tem ideia do acordo feito, mas garante que a obra é inviável e que o município não tem recursos pra indenizar as pessoas que seriam retiradas dos imóveis.
“Se for a parte do município de desapropriação, não tem como ser desapropriado porque o valor é muito alto. O país está em crise e os municípios recebem apenas os valores para manter a folha de pagamento”, explicou Paiva.
Os moradores do município já perderam a esperança de ver a obra ser retomada. “A gente se sente estorquido porque falam que vão fazer uma obra que é um bem, um patrimônio para a cidade e não fazem”, disse o trabalhador rural Willian Jesus.