Mucuri: Suzano decide desligar os aparelhos dos “projetos” sociais, “eutanásia” está marcada para esta segunda dia 17.

Em fim, parece ter chegado ao limite a agonizante jornada das comunidades que vivem em condições de ilhotas de vulnerabilidade a busca pela sobrevivência através dos engodos disfarçados de projetos sociais implantados pela Suzano papel e celulose na região do picadão da Bahia. O sonho turvo não mais alimentará as expectativas, ainda que com muito descrédito, de dias melhores por parte dos moradores da comunidade dos Oliveira Costa, cravada entre o oceano Atlântico o norte Capixaba e as intermináveis barreiras de eucalipto, a população daquela parte tão esquecida do mundo já chora o luto anunciado.

3 / 4
Sob a bandeira de se criar alternativas não só viáveis mais como também legais de geração de emprego e renda, visto que criminalizaram em 2011 a produção do carvão, até então único sustento daquela gente, o “GT picadão da Bahia” não cumpriu nada daquilo que fora prometido e os poços de piscicultura da comunidade oliveira Costa estão jogados a sorte daqueles que ainda insistem em conduzir de forma precária e sem perspectiva o que sobrou do projeto que seria suas alternativas de emprego e renda. Agora com alegações de contenção de gastos e a implantação de um outro projeto a Suzano chega a comunidade com um outro olhar, uma nova postura, mais cruel do que nunca “ estamos sendo tratados feito bicho, disseram que vão vir aqui na segunda, entupir os buracos e o que tiver dentro se morrer não será problema deles” relata seu João sobre a forma com que a Suzano comunicou o fim do projeto.

Percorrer o trecho do “Picadão da Bahia” tem se tornado um verdadeiro programa para quem gosta de acompanhar séries de cunho apocalíptico, por todo o trajeto o que se vê são rastros de fracassadas iniciativas, ações que começaram e não tiveram fôlego para se manterem, um verdadeiro cemitério de projetos sociais expostos como quadros vivos de uma natureza morta. Milhares de reais foram investidos, não nos projetos, mas em hollyudianas peças publicitarias, campanhas que viajaram o mundo como o mutirão da cidadania que contemplou cerca de dez comunidades e a ação “Carvão ilegal é crime” que tinha por finalidade conscientizar a população da região para os “danos irreparáveis ambientais, sociais e econômicos” que essa ação ilegal traz para os municípios envolvidos e para o Brasil, vendendo como sucesso absoluto projetos que nunca foram a frente.

Para o senhor Urias Loures, morador da comunidade Oliveira Costa, a Suzano deveria pelo menos ouvir de verdade a comunidade, segundo ele a empresa os acusa de tudo de ruim, que o projeto não deu certo por falta de empenho da própria comunidade “vocês já viram criar peixe sem água? Pra ter esses tanques precisamos de energia, ficamos quase 20 dias sem energia e perdemos mais da metade da nossa produção por duas vezes” justifica as condições difíceis em que a comunidade enfrentou para sustentar o projeto. A comunidade alega que a Suzano se quer aceita um diálogo visando abrir mão do projeto para que os mesmo toquem com seus prósperos esforços “já que ela não que mais ser parceira, que deixe os tanques ai, temos um monte de alevinos ainda para se desenvolverem, mas eles não aceitam, e disseram que segunda, dia 17, vão aterrar os tanques” finalizou o senhor Urias.

Fonte: Noticia10.com.br

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *