O violonista Diego Figueiredo diz guardar composições inéditas de Belchior, cantor que faleceu no último domingo, 30, e cujo corpo foi sepultado nesta terça-feira, 2, em Fortaleza (CE).
Diego, que é de Franca (SP), foi o último parceiro de Belchior e esteve ao lado do cantor durante seis anos, inclusive, excursionando pelo país e fora dele. Diego conta que foi em sua chácara, na cidade paulista, que Belchior fez o seu último álbum com composições próprias.
“Ele trabalhou em cima dos poemas de Carlos Drummond de Andrade e o resultado foi um álbum duplo muito bom”, conta Diego ao Estado. Segundo ele, para esse trabalho Belchior esteve várias vezes em Franca, o que somente aumentou o vínculo entre os dois artistas.
Juntos eles também fizeram mais de 500 shows por todo o país e em vários países, como a Alemanha. “Me lembro de apresentações maravilhosas em Berlim”, diz Diego. De acordo com ele, esta foi a última fase artística do cantor cearense. “Depois houve o período de reclusão e naquela época eu e outras pessoas não tivemos mais contato com ele, porque tinha uma pessoa que impedia”, conta.
Os dois estiveram juntos entre os anos de 2001 e 2007, ocasião em que o violonista compôs obras com Belchior e ficou conhecendo outros trabalhos ainda inéditos do artista. “Belchior era muito bom nos mais diversos ritmos e fez sambas lindos, lembrando o Paulinho da Viola”, falou à reportagem.
Sobre esses trabalhos, Diego Figueiredo diz que irá conversar com o ex-empresário de Belchior e com a família do artista. “Ele tinha mais de 200 músicas inéditas, por isso, quero saber se eles também têm algum desse material e como posso estar trabalhando com isso”, explicou.
O violonista conta seu trabalho se deve muito a Belchior, que ajudou a divulgar sua carreira -que naquela época ainda estava no início. “Quanto a esse material inédito que ele deixou, a gente trabalhou nele entre os anos de 2002 e 2003”, lembra.
Impulso. Já Diego Figueiredo continua residindo em Franca (SP), mas após a parceria com Belchior sua carreira deu um salto e contabilizou parceria com outros grandes músicos do Brasil e do mundo, inclusive, em apresentações conjuntas.
Além do violão, Diego toca guitarra, baixo, viola, percussão e bandolim, tendo participado de vários discos como instrumentista. Entre outras conquistas, soma duas premiações no Festival de Jazz de Montreux, fato inédito para um músico brasileiro.
Fonte: MSN