Voto de Tia Eron é considerado decisivo para processo contra Cunha

Na semana que vem o relatório que pede a cassação do mandato de Eduardo Cunha deve ser votado na comissão de ética da Câmara dos Deputados. A votação está praticamente empatada.

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Na semana que vem o relatório que pede a cassação do mandato de Eduardo Cunha deve ser votado na Comissão de Ética da câmara dos deputados. Cunha é acusado de mentir na CPI da Petrobras, quando disse que não tinha contas no exterior.

Uma deputada do PRB da Bahia, em primeiro mandato, está no centro das atenções no Conselho de Ética. O voto de Tia Eron é considerado o decisivo para o processo contra o presidente afastado, Eduardo Cunha. A deputada tem dito que vai votar pela preservação da moral na Câmara. E em entrevista na noite de ontem, no interior da Bahia, elogiou o parecer do relator Marcos Rogério, que pede a cassação do mandato de Cunha.

“Estive conversando com o deputado Marcos Rogério logo depois, no mesmo dia, quando foi lido o relatório e eu dizia a ele é quero reafirmar o que eu disse, a forma primorosa com que ele fez esse relatório. 86 páginas construídas de forma também cirúrgica, cuidadosa e muito coerente”, afirma deputada Tia Eron, PRB-BA.

Tia Eron não disse como vai votar. Negou que sofra pressão dos colegas deputados, mas reconheceu que pensa nos eleitores.

“A relação que se tem com os colegas enquanto deputado é uma relação muito respeitosa, muito tratável. Eu já disse que não admitiria de jeito nenhum que houvesse qualquer mecanismo de pressão, tá colocando em canto de parede. Não existe isso, não tem como. Agora, se você me questionar sobre os eleitores, o comportamento nas redes sociais, sim, esses sim há uma ânsia, há uma expectativa”, afirma

Para a deputada, o importante é esclarecer o ponto central da denúncia: se Eduardo Cunha mentiu ou não à CPI da Petrobrás quando disse que não tinha contas no exterior.

Tia Eron – Olha, ele nega veementemente, mas a questão são as provas.
Repórter – A senhora acredita nessas provas?
Tia Eron – Olha, a quem acusa cabe o ônus dessas provas. E elas estão aí.

Toda esta expectativas sobre o voto de Tia Eron vem da situação de quase empate no Conselho de Ética. A discussão e votação do relatório que pede a cassação do mandato de Eduardo Cunha é na terça-feira e o voto mais imprevisível é o de Tia Eron.

Nesse momento, o placar estaria assim: 10 a 9 para os aliados de Cunha. Se Tia Eron votar a favor de Cunha, vão ser 11 votos a 9 contra a cassação. Se ela votar contra Cunha, dará empate: 10 a 10. Nesse caso, o voto de minerva é do presidente do Conselho, José Carlos Araújo, do PR da Bahia, que é a favor da cassação.

No Conselho de Ética, há duas semanas, Eduardo Cunha foi questionado de onde saia o dinheiro para pagar as despesas com cartão de crédito no exterior. Cunha respondeu, sem esclarecer a origem do dinheiro para bancar essas contas.

“As despesas efetuadas no exterior, elas são da órbita de cartões de crédito da qual o titular é a minha esposa, não sou eu. Então, todos os gastos foram feitos por conta de cartão de crédito pertencentes a ela. E vossa excelência detém todos os extratos com relação às contas do Trust – vossa excelência não tem cartão de crédito cuja titularidade do cartão de crédito, da conta de cartão de crédito seja minha, eu era apenas dependente de cartões de crédito efetuados pela minha esposa. A conta era dela, ela cumpria os requisitos do Banco Central que não detinha saldo superior a cem mil dólares”, disse Cunha.

Cláudia Cruz, mulher de Cunha, em depoimento no Paraná, na investigação sobre contas no exterior, explicou de outro jeito. Dando a entender que no casal, a dependente é ela, que até pedia autorização para fazer gastos.

Claudia afirmou que nunca estranhou o fato de que as contas usadas por ela estavam abastecidas com dinheiro, que ela e Eduardo Cunha sempre tiveram um padrão de vida alto desde quando o conheceu.

Disse também que não declarou a conta às autoridades brasileiras porque quem era o responsável por isso era Cunha. Que nunca se interessou em perguntar para Eduardo Cunha de onde era a origem do dinheiro utilizado no exterior. E que perguntava a Eduardo Cunha se podia fazer aquisições de luxo e ele autorizava.

Eduardo Cunha divulgou uma nota em que diz que é acusado por supostamente mentir em uma CPI ao falar que não tem conta bancária no exterior.

Cunha afirma que efetivamente não tem conta e que a esposa dele não declarou que ele tivesse.

Diz ainda que o depoimento dela não foi ao Conselho de Ética e faz parte de um inquérito onde ele – Eduardo Cunha – não foi ouvido.

Eduardo Cunha reafirma na nota que não mentiu e que não tem conta no exterior. Acrescenta que a mulher dele possuía conta dentro das normas brasileiras e que essa conta foi declarada ao Banco Central quando o saldo ultrapassou 100 mil dólares, conforme exige a legislação.

E finalizou dizendo que Claudia Cruz tinha cartão de crédito dessa conta e ele – Cunha – tinha cartão adicional de dependente. Esse fato, segundo a nota, comprova a afirmação de que Cunha não era – e não é – titular de conta não declarada no exterior.

Fonte: G1

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